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Whatever Lola Wants

Tentando sobreviver à vida no geral, e à humanidade em particular.

Whatever Lola Wants

Tentando sobreviver à vida no geral, e à humanidade em particular.

A imbecilidade generalizada de quem entra em pânico

Quem levante a mão e atire a primeira pedra quem, nestes últimos dias, não se viu no meio de trânsito inexplicável junto a uma bomba de gasolina, porque estavam cinquenta pais e mães de familia a atestar a(s) sua(s) viatura(s), antes que o apocalipse se tornasse uma realidade do nosso tempo.

Mas isto tem uma explicação: onde é que o tuga gosta de estar? No meio da confusão, para depois poder juntar-se com outros tugas, uns dias depois, num café, com um metro de finos, a dizer "eu estive lá! eu vi, com estas duas retinas que a terra há-de comer, se não morrer queimado!".

Há ainda uma outra explicação que é, ela também, outra caraterística muito vincada do tuga: o tuga é um gajo prevenido. O tuga ouve no noticiário que há uma leve hipótese de os combustíveis acabarem no espaço de uma semana e pouco. Então, arregaça as mangas e pega num carro, a mulher pega no outro, o filho de três anos pega no triciclo,  juntam três bidons, cinco garrafões, dez garrafas de 1,5l e enfia-se na bomba mais próxima até arranjar combustível para cinco viagens Lisboa-Paris de autocarro, e tudo porque é um gajo prevenido.

Não.

Este gajo é um palerma.

Não sejam como ele.

Se calhar, se não houvesse tanto umbiguismo e pânico bárbaro, isto até dava para todos. Se calhar, se estas pessoas pusessem 20€ de combustível em cada viatura e poupassem aquele tipo de viagens de "vou de carro, que não me apetece ir a pé buscar meia dúzia de papos secos à padaria que fica a 10min a pé de casa", eram mais saudáveis, mais civilizadas, e o mundo era um lugar melhor.

E falando em pão: o pânico nas bombas de gasolina está muito trendy nestes dias, mas alguém já pensou que, ao drenar as últimas gotas de combustível para os seus carros pessoais, há carrinhas e camiões de entregas que vão em breve encostar e deixar de fazer entregas de bens alimentares e medicamentos? 

É que, realmente, o que interessa é ir de férias para a terrinha na Páscoa, mesmo que não haja o que comer, ou que dê o badagaio à tia Zulmira porque estavam esgotados os comprimidos para a diabetes. 

Com esta me vou.

Um kiss e um cheese.